quarta-feira, 5 de março de 2008

Manifesto Clube de Estilo

Nos últimos 15 anos o Brasil vem passando por um processo de estabilização de moeda e de profissionalização de diversos ramos de atividade. Em tempos de mundo globalizado e competição internacional, cada vez mais as empresas procuram nichos de mercado e ferramentas para o incremento da gestão empresarial.

Paralelamente a essa tendência, estamos assistindo a grandes fusões entre empresas, compra de concorrentes e diversificação de investimentos. E essa foi a grande notícia de 2008 no mercado da moda. Grupos de investimento chacoalharam o mercado com aquisições de grande expressão. Será esse o grande caminho para a profissionalização deste mercado que não pára de crescer? Quanto o dinheiro e o investimento pode influenciar na profissionalização do mercado? Essa é a grande questão.

O processo de profissionalização está ocorrendo em todos os setores da economia brasileira, estabelecendo um novo padrão de relacionamento entre as empresas e os profissionais das diversas áreas, inclusive de moda.

Essa profissionalização é um processo que leva tempo e muito investimento em capacitação e análise de mercado para uma ágil atuação nas tomadas de decisão. É um caminho sem volta. Não há como sobreviver sem uma gestão profissional que esteja apta para atuar conforme a agilidade do mercado. É assim que pequenas e médias empresas de moda vêm atuando, discretamente, sem “pirotecnias”, com pouco espaço na mídia mas muita vontade de vencer. A evolução do mercado caminha a passos largos com recursos limitados, mas muita inteligência e criatividade. O resultado disso é um realinhamento de forças e uma briga acirrada pelo market share nichado.

As empresas que percebem esse movimento agem com rapidez na melhoria de seus produtos, desde o design ao acabamento, passando por uma política de preços austera e coesa com o seu mercado de atuação. Investem em imagem, imprensa, divulgação e ferramentas de marketing inusitadas. Expandem seus mercados em parceria com showrooms especializados, associações de classe e em pequenos grupos para amplificar seus resultados. É nesse caminho que algumas marcas nacionais vêm tomando espaço das tradicionais marcas e ocupando espaços estratégicos no exterior. Nada disso poderia ocorrer se a cadeia produtiva não estivesse se profissionalizando paulatinamente e estrategicamente. Para colher frutos é preciso preparar o terreno, plantar na época certa, cultivar e acompanhar o crescimento da plantação para no fim de todo o processo colher frutos de qualidade.

Não existe milagre. Para obter a excelência é necessário processo de profissionalização. Para isso não é necessário rios de dinheiro nem tampouco “pirotecnia”. É preciso trabalho, inteligência e busca da excelência.

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